A respiração oral é um dos sintomas mais frequentes na infância e podem variar desde pequenos processos alérgicos até quadros mais exuberantes como a apneia do sono. Dessa maneira, é comum denominar esses distúrbios respiratórios em Síndrome do Respirador.
Tendo como base alguns estudos acerca da respiração oral, nota-se que a rinite alérgica é uma das mais frequentes manifestações desse quadro, no entanto, podemos destacar também a hiperplasia adenoamigdaliana, rinites não alérgicas, hipertrofia de cornetos inferiores, entre outras.
As crianças com respiração oral prolongada apresentam alterações como aumento vertical do terço inferior da face, arco maxilar estreito, má oclusão dentária caracterizada pela mordida aberta, incisivos superiores protruídos e mordida cruzada, além de alterações da postura de língua em repouso, na deglutição e na fala, alterações da mastigação e vocais.
A seriedade desta patologia e o impacto que tem em várias estruturas como os lábios, mandíbula e suas funções, e também nos processos como a mastigação, a deglutição e a fonação junto com uma qualidade de vida reduzida, podem apresentar problemas graves do sistema respiratório e/ou cardíaco. O trabalho multidisciplinar com um fonoaudiólogo, odontopediatra, ortodontista e otorrinolaringologista será o mais adequado promovendo uma intervenção precoce, pois a gravidade das alterações é mais séria e difícil de se reverter quanto mais tempo persistir, especialmente na fase de crescimento.

Bibliografia:
DI FRANCESC, Renata C.; PASSEROTII, Gustavo; PAULUCCI, Bruno; MINITI, Aroldo. Respiração oral na criança: repercussões diferentes de acordo com o diagnóstico. Mouth breathing in children: different repercussions according to the diagnosis. In: Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. São Paulo, vol. 70, 2004.

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